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 Internalizar e Calar-se

Blog

Reclaim your Wild Feminine Essence. 

Internalizar e Calar-se

DanzaMedicina

Sempre prezei pela internalização.

Porém, a vida foi me endurecendo até um ponto em que eu percebi que precisava a exercitar a palavra, me perguntando antes de qualquer coisa... por que tanto me calei? Talvez por ter me cansado de não ser compreendida, ou nem ao menos escutada.

Deixando de lado o passado e buscando novos padrões, comecei a observar que muito de minha internalização era fuga: medo de ser vista por um espelho tão próximo, sobre o prisma dos olhos de quem vê de fora... além de todas as máscaras, inclusive as mais legítimas que um dia escolhi me esconder por detrás.

Do meu silêncio que agora se move, surgem estas palavras... e junto com elas, saem bloqueios, se dissolvem carcaças e se desvelam novas facetas de meu ser. Dou voz, a todas as partes de mim. 

Hoje compreendo, aos poucos pratico- existe uma sutil diferença entre calar-se e internalizar-se.

O calar-se vem de cessar uma voz que fala dentro, evitando que ela se projete para fora. Muitas vezes isso vem do medo de se expor, da vergonha, da culpa. O medo de não ser aceita e não ser acolhida enquanto dialoga desde este espaço interno de vulnerabilidade, intimidade e fragilidade.

O calar-se vem como um bloqueio, como uma barreira que evita o acesso, como muros energéticos que construímos ao nosso redor para nos proteger. São armaduras. São as águas internas estancadas que não podem fluir para fora- Se não fluem para fora, também não fluem para dentro pois o canal para receber de volta a energia é o mesmo;  se encontra estancado de um lado e do outro também não se move não há enfim espaço para conexão, não há espaço para reconhecimento, não há espaço para empatia.

Quando nos comunicamos sem identificação com os próprios processos, mantendo uma perspectiva mais alta e consciente na verdade e auto responsabilidade, permitimos que o outro compreenda a nós e a si mesmo. Por isso a importância de falarmos em primeira pessoa- comunicando a partir da realidade que existe em ti(e somente em ti); em forma de pensamento, emoções e sentimentos, permitindo um transbordar honesto, íntegro e sem expectativas- Sem cair nos jogos de acusação, vitimização ou comparação.

Para mim,  exercitar a palavra tem sido um profundo exercício de acolher a minha vulnerabilidade, de entrar em meu universo e convidar ao outro para estar lá comigo, sem que antes eu tenha dado uma faxina na casa para recebê-lo. É me expor ao ridículo de mostrar as minhas bagunças internas sem medo de deixar de ser amada por isso. É sentar no sofá, em meio a toda esta bagunça e levantar os pés pra cima, fitando as minhas sombras sem pestanejar- em relaxamento e presença.

Exercitar a comunicação têm me trazido muitos presentes- no momento em que comecei a me abrir, outras pessoas amadas tomaram fôlego e se puseram também a mostrar o coração em forma de palavras. Desde então tenho recebido a linda oportunidade de conhecer e me conectar pessoas em sua profundidade... tenho me sentido mais aceita, pois passei a aceitar melhor a mim mesma. Tenho me sentido mais livre, não precisando entrar em minha caverna interna a cada vez que algo embaraçoso me subia à garganta. Tenho me sentido mais verdadeira, mais honesta, mais transparente... e tudo isso tem facilitado muito o fluxo de vida que se manifesta em mim e através de mim. Tudo isso sem dizer que tenho descoberto o enorme poder de magia que possuem as palavras: no momento em que coloco verbalmente a intenção de que algo se cure, de que algo se quebre, de que algo se transforme, em mim ou ao meu redor, isso automaticamente começa a acontecer em níveis realmente quânticos. Acho que o universo só quer mesmo é que sejamos honestos.

Hoje observo uma grande diferença em meu internalizar e o observo continuamente, pois a quietude possui muitas camadas e mais camadas a serem exploradas.  Quando internalizo, a energia não fica estagnada dentro como forma de bloqueio mas se move para dentro como forma de natural fluidez. Ela se torna mais branda, mais suave, mais sutil... ela perde a referência de palavras. A mente começa a se silenciar, os impulsos se aquietam, o coração permanece em abertura- e não calado em suas contrações e repressões. Internalizar é adentrar, pacificamente e por escolha, em seu próprio templo sagrado, se dando a oportunidade de contemplar a si mesma desde um profundo silêncio, que ecoa sem tempo nem espaço, no contemplar.


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Morena Cardoso é facilitadora e visionária da DanzaMedicina. Uma mulher que carrega em suas veias a medicina agridoce de uma artista Latinoamericana que inspira rupturas nas estruturas vigentes e hegemônicas desde o corpo-mulher, em uma fina tecedura entre os saberes ancestrais e o feminino na contemporaneidade. Terapeuta corporal, escritora, ativista, peregrina e heroína de sua própria jornada, Morena caminhou por mais de uma década em busca de conhecimentos tradicionais, sítios sagrados e povos originários ao redor do mundo;  incorporando diferentes modos de se relacionar com o universo psíquico, a natureza, o corpo, e o Ser-Mulher.  Este processo de desconstrução e criação de novas subjetividades resultou no que hoje Morena apresenta como a DanzaMedicina: uma prática experimental de dança e movimento que visita uma dezena de países ao redor do mundo em forma de workshops, retiros e conferências.